Cadela faz 16 mil quilómetros para rever os seus donos

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“Todos os melhores cães acabam por encontrar o caminho até casa.”
Alguns, como Pipsqueak, um Daschund, precisaram de embarcar numa jornada de 16 mil quilómetros durante 5 meses, para lá chegar.
A pequena Pip ficou presa na Carolina do Sul, no auge da pandemia, após os seus tutores terem sido forçados a abandonar a viagem de volta ao mundo, e regressarem ao seu país, a Austrália.
Zoe e Guy Eilbeck, e os seus filhos Cam e Max, tiveram menos de 48 horas para embalar tudo do seu iate depois de atracarem em Hilton Head Island.
As regras de importação de animais de estimação da Austrália são bastante rígidas e isso significou que Pip não poderia ir com eles nessa viagem. Zoe fez alguns telefonemas de última hora para providenciar que Pip fosse cuidada por um amigo, e despediram-se pensando que em poucas semanas teriam a Pip de volta.
Mas não foi assim tão fácil!
Os Eilbecks encontraram Pip pela primeira vez em 2018 em Messina, Sicília, quando estavam a meio de uma viagem que iria durar 4 anos. A cadela adaptou-se rapidamente à vida a bordo e Zoe sabia que levar um cão de regresso a casa poderia demorar por causa das regras rígidas de importação de animais da Austrália.
Quando chegasse a hora, eles planearam voar com ela da ilha de Vanuatu, um voo relativamente curto até Sydney.
Mas mais uma vez as coisas não correram como planeado, com o aparecimento do COVID-19 os Eilbecks decidiram ir para a Carolina do Sul para encontrar um atracadouro seguro para seu iate e para Pip.
A 27 de março Zoe alugou um carro e fez uma viagem de oito horas até Carolina do Norte, onde deixou Pip para sua amiga Lynn Williams cuidar, mas infelizmente Williams já tinha dois cães e não foi capaz de ficar com Pip muito tempo, delegando essa tarefa a Ellen Steinberg, uma das três pessoas que respondeu ao anúncio. Enquanto Steinberg cuidava de Pip, Zoe acordava às 4 da manhã todos os dias da semana para lidar com a papelada interminável envolvida na importação de um cão dos Estados Unidos para a Austrália. Durante este tempo colocava as fotos que recebia nas redes sociais e Pip começou a desenvolver a sua própria base de fãs.
Por causa da pandemia perceberam que não seria possível viajarem até aos Estado Unidos e que Pip teria que fazer a viagem até Austrália, sozinha.
Assim que finalmente receberam uma licença de importação para a Austrália, a Qantas, companhia aérea da Austrália, anunciou que não estava a permitir transportes de animais. Depois de muitos telefonemas, Zoe descobriu que a família poderia importar Pip se ela passasse pela Nova Zelândia através de um voo de Los Angeles para Auckland.
Nessa altura Steinberg, que cuidou de Pip por três meses, teve que se ausentar numa viagem e deixou a Pip com uma amiga, Stacey Green que se apaixonou pela cadela.
Agora eles tinham que levar a cadela para Los Angeles mas os voos estavam sempre a ser cancelados então Zoe decidiu fazer um post nas redes sociais a perguntar se alguém iria viajar da costa Leste para a Oeste.
Foi quando Melissa Young, que trabalha para a fundação de resgate de cães The Sparky Foundation, se ofereceu como voluntária levar a Pip. Pip foi então entregue a Jetpets, que ficou com ela durante a noite para resolver toda a burocracia antes de colocá-la num voo para Auckland.
“Em todo o mundo, estamos assistindo a este voo centímetro a centímetro”, disse Zoe.
Pip chegou a Auckland a 23 de julho e entrou em quarentena durante a noite antes de voar para Melbourne, aqui passou mais 10 dias em quarentena, como é obrigatório para todos os animais de estimação que vêm do exterior para a Austrália.
Estava tudo planeado para Pip voar de Melbourne para Sydney a 3 de agosto, mas o estado de Victoria impediu-o fechando fronteiras entre cidades. Tentaram coloca-la em quatro voos, mas todos foram cancelados.
Por esta altura, a história já era do conhecimento público e os mídia locais fizeram uma reportagem no Sydney Morning Herald. Depois dessa reportagem a Virgin Australia concordou levar a Pip até casa.
Quando Pip finalmente chegou ao aeroporto de Sydney, a 11 de agosto, cinco meses depois desta aventura ter começado, os Eilbecks juntamente com uma equipa de filmagem e vários jornalistas, aguardavam ansiosos para recebê-la.
“O nosso maior medo era que ela não se lembrasse de nós depois de tanto tempo”, disse Zoe. "Quando ela ouviu nossas vozes, veio correndo para nossos braços. Foi absolutamente incrível tê-la de volta depois de todo esse tempo."
“Estou ciente de que ela é um cão, mas pensamos em nós mesmos como uma espécie de gangue”, contou Zoe.
Zoe acredita que eles estariam na Polinésia Francesa ou a caminho de Fiji caso tivessem podido continuar a sua aventura.
No entanto, o seu iate, com o nome “No Plans Just Options” permanece ancorado no mesmo lugar em que o deixou em março.

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